Por Elizeu Lira
Já se passou uma semana desde o início oficial das eleições de 2018. Das primeiras movimentações dos candidatos se pode depreender que a campanha será recheada por movimentos de ruas, bandeiraço, pit stop, pedidos de votos de casa em casa, adesivagem de carro, carreatas... e poucas ideias para que o eleitorado reflita sobre elas. No caso dos candidatos ao cargo de governador ainda é exigido dos pleiteantes uma proposta de plano de governo daquilo que se propõe a fazer no caso de eleito. Aos demais, essa exigência fica por conta dos eleitores ao longo da campanha.
Além da confusão existente na cabeça dos eleitores mais simples sobre o papel dos senadores, dos deputados federais e estaduais, os candidatos contribuem para embaralhar ainda mais o entendimento sobre o que esperar deles com a ausência de propostas sobre o que os seus mandatos produzirão nos oito (senadores) ou quatro anos (deputados federais) que passarão em Brasília ou aqui, (deputados estaduais). A julgar pelo que se vê nos momentos iniciais, o tempo reduzido de campanha resultou num alívio para a maioria das candidaturas, uma vez que usará isso para justificar a ausência de propostas que buscará implementar de posse do mandato.
Alguns mais otimistas argumentarão que isso será feito tão logo comece os programas de rádio e televisão, pois estes são os veículos mais apropriados para esse tipo de apresentação. Talvez isso seja verdadeiro no caso dos candidatos ao cargo de senador, já que são poucos candidatos e o tempo a eles destinado pode servir a tal propósito. Entretanto, no caso dos deputados federais e estaduais, o tempo que lhes cabem será tão disputado que mal terão oportunidade de expressar uma frase inteira.
No caso de deputados federais e estaduais, os espaços mais adequados para se manifestarem sobre suas ideias de mandatos são as redes sociais, sites e blogues. Estes espaços lhes são franqueados desde sempre, passando pela pré-campanha e chegando ao momento atual da campanha. No entanto, pelo que se constata visitando as ferramentas citadas, existe de tudo produzido por quem recorre a estes instrumentos para se apresentar aos eleitores - menos o que se esperar deles em relação aos projetos e políticas que pretendem defender nos parlamentos. Ressalte-se, no entanto, que existem raríssimas exceções nesse universo, em cujos espaços pululam ideias e proposições consistentes e alinhadas – que sugerem ser o autor personagem com capacidade de formular e produzir bons resultados.
Num momento de forte indiferença dos eleitores em relação às eleições e enorme desconfiança da sociedade com a classe política, seria natural que os candidatos que buscam mandatos se preocupassem em criar um ambiente mais amigável entre eles e os eleitores, a partir do compromisso com algumas soluções para os problemas que afligem aos cidadãos – e que, de resto, são atribuições exclusivas dos parlamentares eleitos. Sem isso, a maioria dos integrantes das bancadas do estado de Rondônia no Congresso Nacional se posicionará no chamado “baixo clero” – lugar dos negócios e da mediocridade.