“Ter um futuro brilhante.” Este era o sonho da pernambucana
Rayneia Gabrielle Lima, de 30 anos, que foi assassinada na segunda-feira (23),
na Nicarágua, país localizado América Central onde cursava medicina e fazia o
último ano de residência.
“Ela dizia que o futuro dela ia ser brilhante. Era o sonho
dela”, afirmou Zélia Maria Lima, que foi professora de Rayneia na quarta série,
em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco. (Veja vídeo acima)
Natural do município, distante 52 quilômetros do Recife, a
estudante se mudou para a capital pernambucana em 2010, para trabalhar e
estudar enfermagem. Em 2013, ela se casou e foi passar a lua de mel na
Nicarágua, onde o sogro morava.
Lá, Rayneia conquistou uma vaga em medicina, em uma universidade de Manágua, capital do país, para onde se mudou com o marido. Mesmo depois de se separar, dois anos depois, ela decidiu permanecer na Nicarágua para terminar os estudos e concluir o sonho de se tornar médica.
A psicóloga Mary Ângela Mendes, de 29 anos, era amiga de
Rayneia e lembra da felicidade partilhada entre as amigas, quando receberam a
notícia de que ela iria ingressar na tão sonhada graduação.
“As amigas se reuniram, todo mundo ficou muito feliz por ela. A gente ficou triste, porque ela disse que ia ser fora [do país]. Mas ficou alegre pelo fato que era uma oportunidade muito boa para ela”, afirmou a psicóloga.
A psicóloga Mary Ângela Mendes, de 29 anos, era amiga de
Rayneia e lembra da felicidade partilhada entre as amigas, quando receberam a
notícia de que ela iria ingressar na tão sonhada graduação.
“As amigas se reuniram, todo mundo ficou muito feliz por ela. A gente ficou triste, porque ela disse que ia ser fora [do país]. Mas ficou alegre pelo fato que era uma oportunidade muito boa para ela”, afirmou a psicóloga.
Rayneia não participava dos protestos contra o presidente
Daniel Ortega na Nicaragua, que começaram há três meses, depois que ele
anunciou um aumento nas contribuições para a previdência. Grupos de direitos
humanos da Nicarágua afirmam que mais de 350 pessoas já morreram nos conflitos,
sendo a maioria estudantes.
Ernesto Medina, reitor da Universidade Americana em Manágua
(UAM), onde a jovem estudava, responsabilizou um grupo de paramilitares pelo
assassinato da brasileira.
A Polícia Nacional da Nicarágua, no entanto, nega a versão
do reitor, e afirma que os tiros foram disparados por um vigilante, em
circunstâncias que ainda estão sendo investigadas.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty)
condenou a trágica morte da estudante e disse que busca esclarecimentos junto
ao governo nicaraguense. A embaixadora da Nicarágua no Brasil, Lorena Martínez,
foi convocada a dar explicações ao órgão sobre a morte da estudante.
A Nicarágua está imersa na crise mais sangrenta da história do país em tempos de paz e a mais forte desde a década de 80, quando Ortega também foi presidente (1985-1990).
Clique Brasil