Governo de RO anuncia plano de ação para conter avanço do novo coronavírus; entenda

Marcos Holanda Casagrande 09/05/2020 09:51:58 Rondônia
rondonia
Plano foi anunciado para combater a disseminação do novo coronavírus. — Foto: Getty Images via BBC


O Governo de Rondônia anunciou nesta sexta-feira (8) o plano de ação "Todos por Rondônia" para frear a disseminação do novo coronavírus. O anúncio foi feito pelo Estado durante a tarde em entrevista coletiva. O plano deve ser publicado na próxima semana no Diário Oficial. A região tem 39 mortes e mais de 1,2 mil infectados com o vírus Sars-Cov-2, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).

Conforme o governo, a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o avanço na confirmação de casos de Covid-19 são parâmetros para determinar o nível de medidas restritivas em cada município e que constam no plano de ação (entenda como vai funcionar abaixo).

O chamado "lockdown", a medida mais radical imposta nos estados para que haja distanciamento social, não é mencionado no plano de ação, mas ainda não foi descartado pelo estado.

O plano de ação será dividido em quatro fases, sendo elas: distanciamento social ampliado, distanciamento social seletivo, abertura comercial seletiva e abertura comercial e prevenção contínua.


1ª Fase


Distanciamento social ampliado: É a fase inicial do plano com medidas de distanciamento social. Tal etapa será implementada se a taxa de ocupação de UTI for acima de 50% e os números de casos confirmados de Covid-19 dobrarem a cada dois dias no respectivo município. Nessa fase, será determinada:


  • Movimentação dos cidadãos somente para a realização de compras ou trabalho;
  • Comércio aberto apenas para serviços essenciais;
  • Suspensão de visitas às unidades prisionais, asilos e hospitais;
  • Home office para servidores e trabalhadores em geral;
  • Proibição de reuniões e aglomerações com mais de 5 pessoas.


O que abre nessa fase?


  • Atacadistas;
  • Autopeças e serviços de manutenção;
  • Açougues;
  • Clínicas de atendimento na área da saúde;
  • Laboratórios de análises clínicas;
  • Consultórios veterinários e pet shops;
  • Distribuidoras;
  • Farmácias;
  • Indústrias;
  • Serviços bancários;
  • Obras e serviços de engenharia (atividades essenciais);
  • Oficinas mecânicas, borracharias e lava-jatos;
  • Postos de combustíveis;
  • Restaurantes e lanchonetes apenas entregas e retiradas no local;
  • Serviços funerários;
  • Supermercados.



2ª Fase


Distanciamento social seletivo: Ocorre a passagem para a segunda etapa, caso a taxa de ocupação de UTI no município seja inferior a 50% e que os registros de casos confirmados estejam desacelerados nos últimos 14 dias no município.

Além das determinações previstas na primeira fase, serão inclusos o isolamento para pessoas do grupo de risco e a abertura dos estabelecimentos que não promovam aglomerações e risco de contaminação, com base em estudos.

O que abre nessa fase?


  • Advocacia e cartórios;
  • Comércio de produtos agropecuários;
  • Concessionárias e vistorias veiculares;
  • Distribuidoras e lojas de produtos naturais;
  • Escritórios de contabilidade;
  • Hotéis e hospedarias;
  • Lavanderias;
  • Livrarias, papelarias e armarinhos;
  • Loja de eletrodomésticos, móveis e utensílios;
  • Lojas de equipamentos de informática;
  • Obras e serviços de engenharia e lojas de materiais de construção;
  • Óticas e comércio de insumos na área da saúde;
  • Lojas de máquinas e implementos agrícolas.



3ª Fase


Abertura comercial seletiva: Ocorre a passagem para a terceira etapa, caso a taxa de ocupação de UTI no município seja inferior a 40% e que os registros de casos confirmados estejam desacelerados nos últimos 21 dias na cidade.

Além das determinações previstas na primeira e segunda fase, será permitida a abertura de restaurantes (com consumo no local), respeitando as regras de distanciamento social e proibida a aglomeração acima de 30 pessoas.


4ª Fase


Prevenção contínua: Ocorre a passagem para a quarta etapa, caso a taxa de ocupação de UTI no município seja inferior a 20% e que não haja casos confirmados nos últimos sete dias. Na fase final, todo o comércio será aberto e o governo determina que sejam mantidos os hábitos de higiene e cuidados, além de obrigatório o uso da máscara por 120 dias após o início da fase 3, ainda com previsão de multa.


Leitos


O governo também anunciou que começou a ampliar os leitos de UTI e clínicos nesta sexta para a rede pública. Segundo o plano de ação, a meta é conseguir 207 leitos clínicos e outros 67 de UTI. Para isso, a contratação será dividida nas seguintes datas e quantidades:

Leitos clínicos


  • 67 a partir de 8/5
  • 35 a partir de 11/5
  • 105 a partir de 26/6


Leitos de UTI


  • 19 a partir de 8/5
  • 12 a partir de 13/5
  • 35 a partir de 18/5


O governo informou na coletiva que contratou mais um hospital particular para a internação de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus.

O contrato de aproximadamente R$ 10 milhões com o Hospital Samar é válido por três meses. São 15 leitos de UTI e 50 clínicos na unidade de saúde privada.

A Sesau anunciou nesta semana a compra do Hospital e Maternidade Regina Laços, em Porto Velho. O local atenderá, exclusivamente, pacientes com a Covid-19. O valor do investimento é R$ 12 milhões, que serão pagos de forma parcelada. A unidade, de acordo com Fernando Máximo, servirá como um hospital de campanha.


Colapso hospitalar


O governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (sem partido), se pronunciou sobre a ascensão da curva do novo coronavírus no estado durante a coletiva.

O chefe do estado repudiou a realização de festas e encontros, além de ter reforçado que o plano é uma medida mais intensiva para combater o aumento nos casos e mortes.

"Será um distanciamento social avançado, ampliado. Não existe idade. Aqui é uma questão de gente procurando ajudar. São 39 falecidos, 39 famílias perderam seus entes queridos. A gente não quer que chegue ao ponto de escolhermos quem vive e quem morre. Nós precisamos do apoio de todos", declarou Marcos Rocha.

O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, disse também na coletiva que, caso tais medidas de prevenção não sejam adotadas, chegará ao ponto de implementar o "lockdown". "Estamos caminhando para um colapso hospitalar", opinou.


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