No mundo todo, o cenário da doença também melhorou
radicalmente. O número de casos da doença em todo o globo caiu 99% desde 1988,
passando de 350 mil para 406 notificados em 2013, segundo dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, temos visto a doença voltar ao Brasil nesse
ano de 2018, onde vários casos já foram confirmados nas regiões Norte, São
Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Desde então, tem sido motivo de
preocupação para os brasileiros e profissionais de saúde.
Tipos
A infecção pelo poliovírus não leva, necessariamente, à paralisia infantil. Existem dois tipos principais da doença:
Poliomielite paralítica
Poliomielite não-paralítica
Causas
A poliomielite é uma doença causada pela infecção do
poliovírus, que se espalha por contato direto pessoa a pessoa e também por
contato com muco, catarro ou fezes infectadas.
O vírus entra por meio da boca e do nariz e se multiplica na
garganta e no trato intestinal. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode
atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os
neurônios motores e provoca paralisia nos membros inferiores. A pólio pode,
inclusive, levar o indivíduo à morte se forem infectadas as células nervosas
que controlam os músculos respiratórios e de deglutição.
O período de incubação do vírus, ou seja, tempo que leva
entre a infecção e surgimento dos primeiros sintomas, varia de cinco a 35 dias,
mas a média é de uma a duas semanas.
O poliovírus pode ser transmitido por meio de água e
alimentos contaminados ou pelo contato direto com uma pessoa infectada. Quem tem poliomielite pode transmitir a
doença semanas após a infecção.
Fatores de risco
Uma pessoa está em maior risco de contrair poliomielite se
não foi devidamente imunizada contra a doença. Em áreas com más condições de
saneamento básico e com ausência de programas de imunização, a população
torna-se mais vulnerável ao poliovírus, principalmente crianças até os cinco
anos de idade – daí o nome “paralisia infantil”. Mulheres grávidas, idosos e
pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como portadores de HIV, são
especialmente suscetíveis a contrair a doença.
Sem a vacina, outros fatores também podem aumentar o risco,
como:
* Viajar para uma área onde a poliomielite é comum
* Viver ou cuidar de alguém que possa estar infectado com o
poliovírus
* Ter extraído as amígdalas por amigdalectomia
* Estresse extremo ou a atividade física extenuante após ter sido exposto ao vírus, uma vez que o esgotamento pode deprimir o sistema imunológico e tornar o corpo mais vulnerável à infecção.
Sintomas
Sintomas de Poliomielite
Embora a poliomielite possa causar paralisia e até mesmo a
morte, a maioria das pessoas infectadas com o poliovírus não fica doente e não
manifesta sintomas, de modo que a doença passa muitas vezes despercebida.
Poliomielite não-paralítica
A maior parte das pessoas que foram infectadas pelo
poliovírus apresenta o tipo não-paralítico da doença. Muitas vezes a pessoa não
manifesta nenhum sintoma, e quando os sinais da doença aparecem, eles
geralmente são muito similares aos sintomas da gripe e de outras doenças virais
leves ou moderadas. Os sinais e sintomas, que costumam durar de um a dez dias,
incluem:
Poliomielite paralítica
Em casos raros, a infecção pelo poliovírus leva à
poliomielite paralítica, a forma mais grave da doença. Poliomielite abortiva,
como também é chamada, recebe diferentes nomes dependendo da parte do corpo
afetada: a medula espinhal (poliomielite espinhal), o tronco cerebral
(poliomielite bulbar) ou ambos (poliomielite bulbospinal).
Sinais da poliomielite paralítica, como febre e dor de
cabeça iniciais, muitas vezes imitam os da poliomielite não-paralítica. Dentro
de uma semana, no entanto, os sintomas específicos de poliomielite paralítica
aparecem, incluindo:
* Perda dos reflexos
* Dores musculares graves ou fraqueza
*Membros soltos e flácidos, muitas vezes pior em um lado do corpo.
Síndrome pós-pólio
Síndrome pós-pólio é um conjunto de sinais e sintomas
incapacitantes que afetam algumas pessoas vários anos após a poliomielite (uma
média de 35 anos). Os sintomas mais comuns dessa síndrome incluem:
* Fraqueza muscular progressiva
* Dor nas articulações
* Fadiga geral e exaustão
* Atrofia muscular
* Dificuldade para respirar ou deglutir
* Distúrbios respiratórios relacionados ao sono, como a apneia
do sono
* Intolerância ao frio
* Problemas cognitivos, tais como dificuldades de concentração
e de memória
* Depressão ou oscilações de humor.
* Diagnóstico e Exames
Buscando ajuda médica
Certifique-se de verificar com um médico de confiança as
recomendações de vacinação contra poliomielite antes de viajar para uma região
em que o vírus ainda não foi erradicada.
Fique atento também aos sinais da doença. Procure
assistência médica urgentemente se:
Seu filho não completou a série de vacinas de pólio,
essencial para protegê-lo do poliovírus
Seu filho tiver uma reação alérgica após receber a vacina
contra a poliomielite
Procure um médico também se você tem perguntas sobre a
vacinação de adultos ou outras preocupações sobre a imunização contra a
poliomielite e se você já teve poliomielite anos atrás e agora está
apresentando sinais típicos da síndrome pós-pólio, como fraqueza e fadiga
inexplicável.
Na consulta médica
Se seu filho não tiver sido vacinado contra poliomielite,
marque uma consulta com um pediatra o quanto antes para fazê-lo. Se você ou seu
filho apresentarem qualquer um qualquer sintoma similar ao da síndrome
pós-pólio, procure um especialista imediatamente. No consultório, tire todas as
suas dúvidas quanto à pólio e responda adequadamente às perguntas que o médico
poderá fazer sobre seu filho, como essas:
Quando os sintomas dos sintomas descritos de poliomielite
paralítica ou, no seu caso, começaram?
Os sintomas estão melhorando ou piorando com o passar do
tempo?
Você e seu filho viajaram recentemente para fora do país?
Onde?
Você e seu filho foram vacinados contra poliomielite?
Diagnóstico de Poliomielite
Os médicos muitas vezes conseguem reconhecer poliomielite por meio da observação dos sintomas, tais como dor e rigidez no pescoço, reflexos anormais, lentos ou inexistentes e dificuldade de deglutição e respiração. Para confirmar o diagnóstico, uma amostra de secreções da garganta, fezes ou líquido cefalorraquidiano - um líquido incolor que envolve o cérebro e a medula espinhal - é enviada para análise laboratorial, em que é confirmada a presença do poliovírus ou não.
Tratamento e Cuidados
Não existe cura para poliomielite, por isso o foco do
tratamento reside em diminuir a sensação de desconforto, acelerar a recuperação
e garantir a qualidade de vida do paciente. O tratamento deve ser iniciado o
quanto antes para evitar complicações, mesmo porque, se uma pessoa infectada
com o vírus não for atendida ao primeiro sinal da doença, ela estará sob risco
aumentado de morte. Cuidados caseiros e acompanhados pelo médico podem ajudar
na recuperação do paciente com pólio.
Convivendo (prognóstico)
* Uso de analgésicos para aliviar a dor
* Ventiladores portáteis para auxiliar na respiração
* Exercício moderado (fisioterapia) para evitar deformações e
perda da função muscular, em caso de poliomielite paralítica
* Dieta nutritiva.
* Complicações possíveis
Poliomielite paralítica pode levar à paralisia muscular
temporária ou permanente, incapacidade e deformidades dos quadris, tornozelos e
pés. Embora muitas deformidades possam ser corrigidas com cirurgia e
fisioterapia, esses tratamentos podem não ser opções em algumas partes do
globo, especialmente países não industrializados, onde a pólio ainda é comum.
Como resultado, as crianças que sobrevivem à poliomielite pode passar a vida
com deficiências graves.
Poliomielite tem cura?
O prognóstico depende do tipo de poliomielite e do local
afetado pelo vírus. Se a medula espinhal e o cérebro não estiverem envolvidos,
o que acontece em mais de 90% das vezes, a recuperação completa é bastante
possível.
O envolvimento do cérebro ou da medula espinhal é uma
emergência médica que pode resultar em paralisia temporária ou permanente e até
mesmo em morte (normalmente por dificuldades respiratórias).
A paralisia é uma consequência mais comum que a morte. A
infecção em uma parte alta da medula espinhal ou no cérebro aumenta o risco de
problemas respiratórios.
Prevenção
A imunização contra a pólio, feita com vacinas, previne efetivamente a poliomielite na grande maioria das pessoas. Fique atento às campanhas nacionais de vacinação, que acontecem anualmente.
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Fonte: www.minhavida.com.br