Conheça a poliomelite, doença que volta a preocupar brasileiros e profissionais de saúde

O poliovírus pode ser transmitido por meio de água e alimentos contaminados ou pelo contato direto com uma pessoa infectada.

Cleonice Miranda 09/07/2018 09:30:23 Saúde
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Poliomelite. Foto ilustrativa da internet


No mundo todo, o cenário da doença também melhorou radicalmente. O número de casos da doença em todo o globo caiu 99% desde 1988, passando de 350 mil para 406 notificados em 2013, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, temos visto a doença voltar ao Brasil nesse ano de 2018, onde vários casos já foram confirmados nas regiões Norte, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Desde então, tem sido motivo de preocupação para os brasileiros e profissionais de saúde.

 

Tipos

 

A infecção pelo poliovírus não leva, necessariamente, à paralisia infantil. Existem dois tipos principais da doença: 

Poliomielite paralítica

Poliomielite não-paralítica

Causas

 

A poliomielite é uma doença causada pela infecção do poliovírus, que se espalha por contato direto pessoa a pessoa e também por contato com muco, catarro ou fezes infectadas.

 

O vírus entra por meio da boca e do nariz e se multiplica na garganta e no trato intestinal. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia nos membros inferiores. A pólio pode, inclusive, levar o indivíduo à morte se forem infectadas as células nervosas que controlam os músculos respiratórios e de deglutição.

 

O período de incubação do vírus, ou seja, tempo que leva entre a infecção e surgimento dos primeiros sintomas, varia de cinco a 35 dias, mas a média é de uma a duas semanas.

 

O poliovírus pode ser transmitido por meio de água e alimentos contaminados ou pelo contato direto com uma pessoa infectada. Quem tem poliomielite pode transmitir a doença semanas após a infecção.

 

Fatores de risco

 

Uma pessoa está em maior risco de contrair poliomielite se não foi devidamente imunizada contra a doença. Em áreas com más condições de saneamento básico e com ausência de programas de imunização, a população torna-se mais vulnerável ao poliovírus, principalmente crianças até os cinco anos de idade – daí o nome “paralisia infantil”. Mulheres grávidas, idosos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como portadores de HIV, são especialmente suscetíveis a contrair a doença.

 

Sem a vacina, outros fatores também podem aumentar o risco, como:

 

* Viajar para uma área onde a poliomielite é comum

* Viver ou cuidar de alguém que possa estar infectado com o poliovírus

* Ter extraído as amígdalas por amigdalectomia

* Estresse extremo ou a atividade física extenuante após ter sido exposto ao vírus, uma vez que o esgotamento pode deprimir o sistema imunológico e tornar o corpo mais vulnerável à infecção.

Sintomas

 

Sintomas de Poliomielite

 

Embora a poliomielite possa causar paralisia e até mesmo a morte, a maioria das pessoas infectadas com o poliovírus não fica doente e não manifesta sintomas, de modo que a doença passa muitas vezes despercebida.

 

Poliomielite não-paralítica

A maior parte das pessoas que foram infectadas pelo poliovírus apresenta o tipo não-paralítico da doença. Muitas vezes a pessoa não manifesta nenhum sintoma, e quando os sinais da doença aparecem, eles geralmente são muito similares aos sintomas da gripe e de outras doenças virais leves ou moderadas. Os sinais e sintomas, que costumam durar de um a dez dias, incluem:

 * Febre, garganta inflamada, dor de cabeça, vômitos, fadiga, dor nas costas ou rigidez muscular, dor de garganta, dor ou rigidez nos braços e nas pernas, fraqueza muscular ou sensibilidade, meningite.


Poliomielite paralítica

Em casos raros, a infecção pelo poliovírus leva à poliomielite paralítica, a forma mais grave da doença. Poliomielite abortiva, como também é chamada, recebe diferentes nomes dependendo da parte do corpo afetada: a medula espinhal (poliomielite espinhal), o tronco cerebral (poliomielite bulbar) ou ambos (poliomielite bulbospinal).

 

Sinais da poliomielite paralítica, como febre e dor de cabeça iniciais, muitas vezes imitam os da poliomielite não-paralítica. Dentro de uma semana, no entanto, os sintomas específicos de poliomielite paralítica aparecem, incluindo:

 

* Perda dos reflexos

* Dores musculares graves ou fraqueza

*Membros soltos e flácidos, muitas vezes pior em um lado do corpo.


Síndrome pós-pólio

Síndrome pós-pólio é um conjunto de sinais e sintomas incapacitantes que afetam algumas pessoas vários anos após a poliomielite (uma média de 35 anos). Os sintomas mais comuns dessa síndrome incluem:

 

* Fraqueza muscular progressiva

* Dor nas articulações

* Fadiga geral e exaustão

* Atrofia muscular

* Dificuldade para respirar ou deglutir

* Distúrbios respiratórios relacionados ao sono, como a apneia do sono

* Intolerância ao frio

* Problemas cognitivos, tais como dificuldades de concentração e de memória

* Depressão ou oscilações de humor.

* Diagnóstico e Exames

 

Buscando ajuda médica

 

Certifique-se de verificar com um médico de confiança as recomendações de vacinação contra poliomielite antes de viajar para uma região em que o vírus ainda não foi erradicada.

 

Fique atento também aos sinais da doença. Procure assistência médica urgentemente se:

 

Seu filho não completou a série de vacinas de pólio, essencial para protegê-lo do poliovírus

Seu filho tiver uma reação alérgica após receber a vacina contra a poliomielite

Procure um médico também se você tem perguntas sobre a vacinação de adultos ou outras preocupações sobre a imunização contra a poliomielite e se você já teve poliomielite anos atrás e agora está apresentando sinais típicos da síndrome pós-pólio, como fraqueza e fadiga inexplicável.

 

Na consulta médica

 

Se seu filho não tiver sido vacinado contra poliomielite, marque uma consulta com um pediatra o quanto antes para fazê-lo. Se você ou seu filho apresentarem qualquer um qualquer sintoma similar ao da síndrome pós-pólio, procure um especialista imediatamente. No consultório, tire todas as suas dúvidas quanto à pólio e responda adequadamente às perguntas que o médico poderá fazer sobre seu filho, como essas:

 

Quando os sintomas dos sintomas descritos de poliomielite paralítica ou, no seu caso, começaram?

Os sintomas estão melhorando ou piorando com o passar do tempo?

Você e seu filho viajaram recentemente para fora do país? Onde?

Você e seu filho foram vacinados contra poliomielite?


Diagnóstico de Poliomielite

 

Os médicos muitas vezes conseguem reconhecer poliomielite por meio da observação dos sintomas, tais como dor e rigidez no pescoço, reflexos anormais, lentos ou inexistentes e dificuldade de deglutição e respiração. Para confirmar o diagnóstico, uma amostra de secreções da garganta, fezes ou líquido cefalorraquidiano - um líquido incolor que envolve o cérebro e a medula espinhal - é enviada para análise laboratorial, em que é confirmada a presença do poliovírus ou não.

Tratamento e Cuidados

 

Não existe cura para poliomielite, por isso o foco do tratamento reside em diminuir a sensação de desconforto, acelerar a recuperação e garantir a qualidade de vida do paciente. O tratamento deve ser iniciado o quanto antes para evitar complicações, mesmo porque, se uma pessoa infectada com o vírus não for atendida ao primeiro sinal da doença, ela estará sob risco aumentado de morte. Cuidados caseiros e acompanhados pelo médico podem ajudar na recuperação do paciente com pólio.

Convivendo (prognóstico)

 

* Uso de analgésicos para aliviar a dor

* Ventiladores portáteis para auxiliar na respiração

* Exercício moderado (fisioterapia) para evitar deformações e perda da função muscular, em caso de poliomielite paralítica

* Dieta nutritiva.

* Complicações possíveis

 

Poliomielite paralítica pode levar à paralisia muscular temporária ou permanente, incapacidade e deformidades dos quadris, tornozelos e pés. Embora muitas deformidades possam ser corrigidas com cirurgia e fisioterapia, esses tratamentos podem não ser opções em algumas partes do globo, especialmente países não industrializados, onde a pólio ainda é comum. Como resultado, as crianças que sobrevivem à poliomielite pode passar a vida com deficiências graves.

 

Poliomielite tem cura?

 

O prognóstico depende do tipo de poliomielite e do local afetado pelo vírus. Se a medula espinhal e o cérebro não estiverem envolvidos, o que acontece em mais de 90% das vezes, a recuperação completa é bastante possível.

 

O envolvimento do cérebro ou da medula espinhal é uma emergência médica que pode resultar em paralisia temporária ou permanente e até mesmo em morte (normalmente por dificuldades respiratórias).

 

A paralisia é uma consequência mais comum que a morte. A infecção em uma parte alta da medula espinhal ou no cérebro aumenta o risco de problemas respiratórios.

 

Prevenção

 

A imunização contra a pólio, feita com vacinas, previne efetivamente a poliomielite na grande maioria das pessoas. Fique atento às campanhas nacionais de vacinação, que acontecem anualmente.


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Fonte: www.minhavida.com.br

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